Professor Paulo Lima - 17.04.2023


Paulo Henrique Lima

O carioca Paulo Lima nos deixou cedo. Partiu domingo passado, 16 de abril de 2023, uma semana depois de ter completado 56 anos, vítima de um enfarto fulminante. Uma pena!

O conheci através do Magnólio, ambos trabalhavam no Projeto Saúde e Alegria. O "palhaço" Magnólio me convocava para participar de reuniões do PREA - Tapajós (Pólo Regional de Educação Ambiental), que ele comandava.

Convivi pouco com o Paulo, tivemos o primeiro contato no início de 2010, veio conversar comigo no ICBS, queria conhecer o filme Fordlândia, produzido pela Mixer do amigo Marinho Andrade, que autorizou a reprodução do filme para o Paulo.

Conversar com o Paulo era gratificante. Sempre de bom humor, era um otimista por natureza, considerava que existia solução pra quase tudo, principalmente para os relacionados com a comunicação e conexão dos povos da floresta, para tanto vinha executando projeto que viabilizava internet para as populações indígenas e ribeirinhas da região.

Em 2012 participou das primeiras reuniões para a criação do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós -  IHGTap, quando ficou decidido que o Instituto seria fundado no dia 23 de março e o patrono seria o historiador Paulo Rodrigues dos Santos.

Criado o Instituto, Paulo idealizou as "Rodas de Conversa", seriam eventos mensais para popularizar os estudos sobre a História e a Geografia da região do Oeste do Pará e da Amazônia como um todo, levando aos locais públicos pesquisadores para apresentarem informações sobre determinado tema. Seria uma forma de popularizar o conhecimento, tirando o caráter academicista de uma palestra em auditório e transformando-a num bate-papo informal entre pesquisadores e população, no meio da rua. 

Historiador e Mestre em Recursos Naturais da Amazônia, Paulo Lima era professor no IESPES onde lecionava para os cursos de direito e jornalismo. Seus alunos, durante seus trabalhos de teses de mestrado, vinham pesquisar no ICBS, encaminhados que eram pelo mestre Paulo Lima.

Participou do livro "Em defesa da Bacia do Rio Tapajós - Uma história de luta em andamento. Movimentos Populares em defesa do território do Baixo Amazonas e o Movimento Tapajós Vivo", livro coordenado pelo Padre Edilberto Sena.

Quando completei 72 anos, em maio de 2020, o Eduardo Dias comentou no face sobre o meu aniversário:

"Parabéns ao grande Cristóvão Sena, personalidade da Cultura do Baixo Amazonas"

Em seguida, Paulo Lima, sempre generoso, com a sua capacidade de se identificar com as pessoas e ser empático, acrescentou:

"Curumum, (apelido do Eduardo Dias) se me permite, Cristóvão Sena é uma personalidade do planeta, só não conseguimos ainda dar a ele a visibilidade que merece. Texto fino, uma coerência tremenda aos longos desses 72 anos de vida, uma cultura e domínio da informação histórica, um erudito que não precisa demonstrar sua erudição. E essa simpatia e o corpinho de 45. E curumum, não fique com ciúme, você é outro desses grandes nomes de nossa região, assim como tantos aqui".c




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