O Jornal de Santarém Ilustrado - 09.12.2016


 O Jornal de Santarém circulou pela primeira vez no dia 5 de novembro de 1932. Tinha como redatores o maestro Guiães de Barros, Luis Gentil e Gomes Diniz. Circulou até maio de 1935, quando estava sob comando de Felisbelo Sussuarana. Fechou em função de mudança política no governo do Pará.

Ressurgiu em março de 1943. Ficou sob o comando de vários políticos: Catete Pinheiro, Ubaldo Corrêa, Océlio de Medeiros, dentre outros. Passou por outras paralisações. É o jornal mais antigo de Santarém em circulação. Seu atual diretor é Júlio César Aquistapase.

No dia 31 de janeiro de 1953, sob o comando de Laércio Figueiredo, circulou uma edição especial ilustrada do Jornal de Santarém, em forma de revista. 
E o editorialista enaltecia a iniciativa do lançamento do Jornal de Santarém Ilustrado:

"Uma prova farta e sobeja da pureza dos nossos sentimentos e dos superiores desígnios que nos orientam, tivemos em mente oferecer nesta edição especial de O Jornal de Santarém. Nas linhas que se sucedem a este artigo de abertura os nosso queridos leitores não encontrarão uma farpa sequer, nenhum dito candente e injurioso, nem u’a mínima partícula de fel nas feridas morais de quem quer seja. Encontrarão, sim, os indícios de uma tentativa (embora fraca, confessamos) de enaltecer na devida altura de seus reais méritos aquilo que de bom, de útil e de aproveitável se há feito e realizado em prol dos magnos interesses do Estado e do Município, num esforço sincero e patriótico de estimular os nossos concidadãos responsáveis e co-responsáveis pelos nossos destinos, à conquista de novos feitos, de novas vitorias, de novas iniciativas e realizações, a frutificar com exuberância e fartura os benefícios de ordem moral e material de que tanto ainda carece a grande coletividade que moureja na majestática e portentosa extensão da lendária Amazônica.
Não sabemos ao certo se seremos bem sucedidos na intenção que nos moveu. De qualquer modo aqui está a primeira edição de O JORNAL DE SANTARÉM ILUSTRADO, produto do esforço de uns, da boa vontade de outros, bem como da ajuda e cooperação de muitos, a quem agradecemos sincera e penhoradamente, convictamente certos de que tudo fizemos no sentido de não transformar esta iniciativa num fracasso total e insanável."

Antes da internet com suas redes sociais, era pelos jornais que as agressões políticas partidárias e pessoais aconteciam, por isso a veemência do editorialista em afirmar que o Jornal de Santarém Ilustrado vinha para inaugurar nova era: "aqui nossos leitores não encontrarão uma farpa sequer, nenhum dito candente e injurioso, nem u’a mínima partícula de fel nas feridas morais de quem quer seja."

As matérias não eram assinadas: Indústria I. B. Sabbá com filial em Santarém; Estaleiro de Construção Naval Juca Figueira; aproveitamento da energia hidráulica do Palhão; instalação de uma olaria mecanizada pelo Sr. Antonio Duarte Brito; industrialização da juta; artes tipicamente mocoronga de João Fona e Dica Frazão;...

Com o título "Seduções de Santarém" a jovem Eunice Imbiriba é homenageada como a Rainha dos Estudantes Santarenos de 1952. E o bebê José Carlos, filho de Charles e Waneide Merabeth, era apresentado para a sociedade santarena.

Era o nº 1 do Ano I, um jornal/revista de 66 páginas. E o Jornal de Santarém Ilustrado não passou do número um.

Santino Sirotheau Corrêa, do PSD, era o prefeito de Santarém.

Recordar é viver! Mas para Coelho Neto "recordar é viver de esmolas, apanhando restos aqui, ali. É o que fazemos, pobres de nós! Batendo humildemente à porta da casa da Memória, que é a guardadora das ceifas".

Há 35 anos venho adaptando o ICBS para que se transforme na casa da Memória santarena, guardadora das nossas maltratadas ceifas.


     


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