Noite de autógrafos
O obidense Edinaldo Luiz da Mota terá amanhã, 27 de dezembro, noite de autógrafos.
O evento acontecerá no Centro de Artesanato do Tapajós, antiga casa Cristo Rei, onde aconteciam programas de auditório, como o famoso E-29 Show, sob o comando de Ércio Bemerguy e Edinaldo Mota.
"Memórias do Edinaldo Mota" é o primeiro livro de uma série que o Mota está pensando escrever.
Edinaldo busca pela memória para contar histórias, estórias, lendas e lorotas que vivenciou durante esses 78 anos de existência, envolvidos com a comunicação, a advocacia e a política.
Editado pelo ICBS, é um livro de memórias recheado de humor. Aliás, o humor sempre esteve presente por onde andou, deixando sua marca seja nas rádios (Rural, Guarani, Tropical e Ponta Negra), nos tribunais ou nos gabinetes políticos (Vice-prefeito de Belterra).
Lendo a "boneca do livro", senti falta de uma história contada pelo Edinaldo durante um papo molhado, no Bar Mascote, um sábado pela manhã, isso lá se vão alguns anos. Um Papo Informal.
Edinaldo nasceu no dia 22 de novembro de 1940.
Seu padrinho de batismo foi o advogado e político Alarico Barata - obidense como ele - pai do poeta, político e músico Ruy Paranatinga Barata.
Dito isso, vamos aos fatos:
Um dia, Edinaldo encontrou-se com o Ruy Barata no aeroporto de Santarém. O amigo disse que queria conhecer as praias de Aramanaí, balneário onde Edinaldo possui uma casa de veraneio.
De imediato Mota ofereceu sua casa para o filho do seu padrinho passar um final de semana. Ruy queria banhar-se no Rio Tapajós, matar a saudade dos peixes da região, acompanhado de um aperitivo.
Edinaldo tinha prometido apanhá-lo quando fosse retornar de Aramanaí para Santarém.
Para sua surpresa, deu de cara com o Ruy já na cidade, estava de regresso para Belém, sem avisar.
Logo aconteceu o curto diálogo entre os amigos:
- Já de volta, não me avisaste?
- Tive que retornar, preferi não te incomodar. Agradeço o apoio, passei momentos agradáveis em Aramanaí.
- Querendo retornar é só avisar!
- Deixei um presente pra ti, lá na casa.
Edinaldo agradeceu, se despediram.
Ficou curioso para conhecer o presente que o Rui tinha deixado. No mesmo dia pegou o carro e foi conhecer a retribuição do amigo pela oferta da casa.
Foi recebido no portão pelo caseiro Oscar Lamparina que, espantado, foi logo dizendo:
- Seu Edinaldo, esse seu amigo que ficou aqui na casa parece que é doido.
- Por quê, Lamparina?
- Na hora de ir embora, ele pediu um pedaço de carvão e começou a riscar a parede da sala. Encheu a parede todinha!
- E aí?
- Aí, que foi só ele sair eu fui lá e apaguei tudinho. O senhor não vai nem notar a sujeira que ele fez.
Fico a imaginar a preocupação do Lamparina em manter a casa limpa para agradar o patrão. Lamparina não sabia ler, não tinha ideia do que estava fazendo.
Versos, com certeza! Apagou poesia, ainda hoje garante Mota!
Lamparina fez desaparecer versos do grande Ruy Paranatinga Barata (1920/1990). Mocorongo, poeta, político, advogado, professor e compositor dos bons.
Em homenagem ao Ruy, o IHGTap (Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós) criou em sua sede o Espaço Ruy Barata, reservado para reuniões e outros eventos.
"Memórias do Edinaldo Mota" foi prefaciado pelo jornalista Manuel Dutra que nos recomenda a viajar com o autor:
"Boa viagem simbólica junto com o Mota. Ouça e converse com ele neste Papo Informal, como se consagrou o nome de um dos momentos mais criativos de sua carreira".
A capa é criação do cartunista Sérgio Fonseca, o Gusti. Caracteriza a alcunha adotada pelo Mota quando completou 40 anos de comunicação: "O dinossauro do Rádio". DINO para os íntimos.
O ICBS agradece o apoio do Luiz Alberto Figueira, Secretario de Cultura, na edição do livro; e ao Diego Pinho, Secretário de Turismo, que viabilizou a noite de autógrafos no Centro de Artesanato do Tapajós.
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